31 de ago. de 2009

Buscas encerradas.

Tudo bem, eu sou uma pessoa complexa. Externo bem mas a verdade nua e crua é que me fodo internamente. E como eu gosto e nasci para ser complicada, estou há 33 anos buscando razão para todas as coisas do mundo, inclusive o por quê de as orquídeas darem flor apenas uma vez por ano. E aqui estou eu, hoje, super bem resolvida para atestar que minha busca acabou. Eu cansei, esgotei e fundi porque são 33 anos de busca sem progressos e com resultados efetivos zero. Então resolvi escrever este texto para dizer aqui, em público, que parei.
Afinal, como é que eu posso querer uma razão para ser são paulina roxa e desesperada sendo antepassados, quase todos corinthianos? Como é que posso arranjar uma boa razão para ter me casado e me apaixonado por um homem tão diferente de mim? E para tomar banho de água fervendo até queimar a pele mesmo sabendo que essa porra faz um mal danado? E uma razão para ser artista de nascença sem que ninguém nunca tivesse me incentivado a isso? E para não suportar Toddy mas adorar Nescau? E para ter uma aflição histérica de unha cumprida raspando em parede? E para ter sido tão subversiva uma adolescência toda tendo somente boas referências de sabedoria e paciência? E para ser tão impulsiva, tão incoerente, tão mau humorada (mesmo fazendo exercícios diários de bom humor), tão chata e cri cri mesmo achando um puta saco pessoas chatas e cri cris? E para não conseguir contar até 10 e respirar porque no 2 já mandei tudo para puta que pariu mesmo que no 3 eu já esteja seca e esturricada de arrependimento? E para não desistir das pessoas em quem não acredito mais? E para de repente ter me tornado uma dona de casa, mãe, mulher à beira de um ataque de nervos? E qual seria a boa razão para eu ter tara por maria mole e não suportar doces que levam muita clara em neve mesmo adorando mousses? E meu amor pelo samba? E minha adoração por funk e por qualquer expressão de arte de protesto? E minha coragem execessiva mesmo me cagando nas calças de medo de uma barata gosmenta que na verdade não me ameaça em nada? E como buscar resposta para não conseguir engolir gente enrustida gente que não assume as coisas?
33 anos de busca é o bastante. Até hoje não consigo responder a primeira de minhas dúvidas mais cruéis: como gostar tanto tanto de miojo? E 33 anos depois continuo comendo miojo de qualquer sabor, adorando e não entendendo como sou capaz porque o troço é ruim pra dedel.

Parei. Chega de buscar. Bem melhor só viver.

2 Comentários:

. disse...

Rs eu aos 51 não descobri tambem...
Agora se é São paulina ja esta em bom caminho...e miojo odeio rs
Beijão

2 de setembro de 2009 às 07:47
Anônimo disse...

Ser São Paulina é o máximo, e miojo é muito bom, lembra comida de infância que já foi perdida há decadas...e se acrescentar requeijão ou ketchup então maravilha.
Beijos
Eu

10 de setembro de 2009 às 19:44