3 de ago. de 2009

Só quero ser amada.

Ontem eu dormi com um pijama velho e surrado do Garfield em que ele dorme o sono que eu gostaria de dormir. O sono da cabeça fresca, das questões bem resolvidas, dos amores amados e das paixões vividas até aquele profundo esgotamento de quando ela se esvai inteira sem que nada possamos fazer.

Ontem eu fiz uma trança linda no cabelo, coloquei meu pijama do Garfield e deitei de lado para ver se sem o ronco vem o sono que ando precisando e não chega nunca porque eu passo madrugadas e madrugadas me procurando. Porque é só dormindo que minhas coisas se aquietam, que meu sangue corre mais morno, que a cabeça pára um pouco. Porque é só num estado de inconsciência gostoso que eu alcanço meu objetivo mais simples: parar de te respirar, parar de te viver, parar de te ouvir e parar de te suplicar. É só assim que consigo desligar tudo, ajeitar a trança no travesseiro onde eu burrifei seu perfume e deixar de lado tudo que é você. É chocante como você me governa, como você me manipula, como você me entende e como você me quer. E eu pedindo algumas horas de sono para lembrar como é viver sem você mesmo que eu nunca alcance essa lembrança.

Ontem eu tomei banho com sabonete da Turma da Mônica, fiz uma linda trança, coloquei meu pijama do Garfield e escutei Sara Bareilles falando de amor. Eu só queria esquecer um pouco porque eu estou desanimada de cansaço. 2 noites viradas pensando em todos os meus planos que nunca vingaram porque eu sempre me jogava naquele maldito poço onde eu encontrava meu coração quase sem pulsação e na tentativa de me salvar esquecia que queria esquecer.

Ontem eu li um gibi do Cebolinha, tomei banho com sabonete Turma da Mônica, fiz uma linda trança e coloquei meu pijama do Garfield. Ainda tão criança e tão exausta eu pensei em você, em como você me faz feliz, em como filhos são deliciosos, em como me sinto mais segura quando estou depilada e em como amo tudo em você até essa sua ignorância pensada. Até o jeito desligado com que faz as coisas na sua vida. E também pensei que meus limites são enormes e é por isso que você ama tudo que faz comigo. Poucas vezes nessa vida eu não quis ser infernal. Nesse momento eu não quero. Porque aqui com meu gibi, minha trança e meu pijama do Garfield eu só quero ser amada por um amor sem limites até que chegue o bendito sono.

2 Comentários:

Luiz Filipin disse...

bacana. gostei. e valeu pelo comentário lá no meu.
beijos

4 de agosto de 2009 às 16:58
Unknown disse...

Adorei o texto, me emocionei, porque conheço você muito bem...puxou uma pessoa da família.
Beijos titia

4 de agosto de 2009 às 18:09