11 de set. de 2009

Outro do amor.

Eu estou aqui, super bem casada, com minha vidinha cansada mas ótima e normalmente mau humorada que é para não perder o charme. Mas tenho ouvido muitas amigas contando dos moços por aí. E elas são unânimes, meninos! Falta romantismo, falta compromisso e falta aderência. Isso mesmo, A-D-E-R-Ê-N-C-I-A. Porque todas elas choram as pitangas aqui no meu ombro ultra amigo e o discurso é o mesmo para mulheres de diferentes tribos: é tudo só sexo. Se deixar, sem beijo na boca que é para não ter envolvimento emocional. A reclamação é igual: não se abre mais a porta do carro, não se reinventa mais a paixão e nem o romantismo, não se manda mais flores que dirá cartões e é tudo na velocidade da Internet. Rapidinho. A saída é rapidinha porque tem reunião. A transada é rapidinha porque tem jogo. A conversa é rapidinha porque talvez falte vocabulário. É tudo frouxo, tudo sem energia, tudo sem encanto, tudo sem aquela magia, meu povo, aquela que é necessária para a gente ver borboletas onde só há poluição. As coisas andam sem sentido porque é muita procura e pouca oferta. Falta até beijo na boca molhado. Li outro dia Carpinejar dizer que as pessoas não se beijam mais, empurram com a língua. Falta carinho de mão na mão, de dedinho enroscando com dedinho, de ele perceber que ela fez luzes californianas nas madeixas, de ela reparar que o bigode dele está mais ralo e aparadinho e assim por diante. Sem falarmos das preliminares de tudo porque amor precisa de preliminar. Jantar precisa de preliminar. Uma boa música não dispensa um diálogo gostoso preliminar. Cinema precisa de preliminar com pipoca. Falta tempo para namorar, sobra tempo para ganhar dinheiro e pensar só no futuro esquecendo que há algo muito mais valioso: o presente. As relações atuais, tão frágeis, precisam eternamente ser inventadas, recriadas e amadas. Mais do que sempre e do que nunca. O amor não é dado a superficialidades. O amor não é dado a jogos onde alguém sempre perde. O amor sim é dado a clichês, meninos. E mais clichê que isso não há: só vale se for verdadeiro.

2 Comentários:

Carla Martins disse...

Adorei seu texto! está ótimo!

Também sou casadérrim,a mas ouço as mesmas reclamações das amigas solteiras!

beijos!

14 de setembro de 2009 às 10:41
carol disse...

Minhas amigas dizem o mesmo!

Beijo
carol

14 de setembro de 2009 às 11:01