25 de fev. de 2007

E então, pensando bem, eu desisto!!!!

Às vezes penso que queria casar. Casar de papel passado. Entrar num cartório e me emocionar com a união que tanto esperei, deixar rolarem umas (poucas) lágrimas honestas por estar colocando em mim o sobrenome dele, um pouco de sua história e por estar deixando definitivamente de ser uma singular. Eu adoro ser plural porque plural sempre rende mais. E é bem mais positivo.

Tem dias que eu também queria tanto ter um filho.. E aí sinto uma mistura confusa de sentimentos lindos e horrorosos. Penso em como seria ser chamada de mãe. Mas penso também no João Hélio. Arrastado. Na frente da mãe. E da irmã. E é nessa hora que eu desisto. Desisto também, na verdade, por uma cacetada de outros motivos feios e que desistimulam. O preço das fraldas, das escolas, de todos os remédios que uma criança toma por causa de todas as alergias, todas as otites, todas as cólicas e todas as outras doencinhas de crianças como sarampo, catapora, rubéola e lá lá lá. Desisto também porque acho que filho é uma opção séria demais pro que escolhi pra minha vida até hoje. E se meu relógio biológico fosse mais inteligente e me conhecesse bem, jamais gritaria para mim que está na hora de gerar um nenê! Mesmo um nenê lindo, com dobrinhas gorduchas e aquele ensaio de sorriso delicioso que só eles sabem dar quando reconhecem suas genitoras. É o ápice da natureza humana. Queria ter um filho com alguém que quissesse muito me dar um filho. Com alguém que achasse que vale a pena misturar com os meus traços, os seus traços. E como seria legal o resultado dos traços!!!!

E quase que na mesma intensidade desisto igualmente de casar. Porque acho que casamento tem que ter pedido. Minha porção careta às vezes me fode! Eu acho lindo aliança grande, gorda e metida a besta. E durante anos achei ridículo admitir que eu queria uma. Eu acho o máximo o cara com feições de menina insegura dizer pra mulher que quer casar com ela, que quer dar filhos a ela e que vai protegê-la do restante do mundo. Que a ama mais do que tudo! E aí, ela, com o coração amolecido e a cara mais apaixonada do mundo, diz que sim. Que sim e que sim! E eles celebram o pedido seguido do sim com um beijo longo e apaixonado. E quando chegam em casa se enroscam numa cama deliciosa. E ela fica nas nuvens e mais maluca ainda de amor. E ele fica sentindo-se o macho mais poderoso do Universo porque convenceu-a a casar-se com ele. E eles seguem felizes até que venha a rotina e que ela se encarregue de esmagar tudo. De colocar a graça do começo presa entre as ferragens quase intocáveis.

Eu odeio a rotina. O tesão, o amor, os beijos demorados de uma língua safada, os "te amo" tão intensos de começo de namoro.. Cadê??

E aí, eu realmente desisto. Mesmo minha porção careta querendo tanto um pouco de atenção. Mesmo minha metade chata querendo tanto ser assumida de uma vez por todas.Aí é que eu desisto mesmo....

2 Comentários:

Dani disse...

Obrigada pelo comenterário no meu blog.
Continue acompanhando, ok?
Bem vinda.
Abraços,
Daniela

28 de maio de 2009 às 13:04
Unknown disse...

Nossaaaaa...Voccê disse tudo! Namoro há 4 anos e esse sentimento é igual ao meu! Doido ne?

Vi o seu blog no blog da Tati...

Adorei!

31 de maio de 2009 às 00:31